quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Gestores do Bolsa Família têm novo desafio: mobilizar escolas para turno integral

Os coordenadores estaduais do Bolsa Família têm pela frente um grande desafio: ser o elo entre a assistência social e a educação e mobilizar 15 mil escolas em todo o país, até fevereiro, para aderir ao programa Mais Educação. O objetivo da parceria entre os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e da Educação (MEC) vai ampliar o horário escolar integral nas escolas com maior número de estudantes beneficiários do programa de transferência de renda federal.

Na tarde desta quarta-feira (14), coordenadores dos dez estados que concentram o maior número de escolas com esse perfil participaram de uma reunião técnica com representantes do MEC e do MDS para discutir como o trabalho será feito. “O papel dos coordenadores estaduais do Bolsa Família será estimular a adesão das escolas, por meio da mobilização de parceiros, principalmente os operadores municipais do programa, que registram a frequência escolar dos estudantes”, explica o diretor de Condicionalidades do MDS, Daniel Ximenes. A reunião, que integra a programação do seminário Mais Educação, promovido pelo MEC, termina nesta quinta-feira (15).

As unidades escolares têm prazo até fevereiro para se candidatarem ao Programa Mais Educação (PME) na página eletrônica do MEC. O critério de maior peso para a seleção é a existência de mais de 80% dos alunos beneficiados pelo Bolsa Família. Juntos, MEC e MDS definiram uma lista de 26 mil escolas que se enquadram nesse perfil. Desse universo, espera-se que 15 mil façam a adesão ao PME em 2012.

Argumentos – As instituições de ensino selecionadas recebem recursos do MEC para adquirir material, custear atividades e pagar transporte e alimentação dos monitores. “Esse será nosso principal argumento para incentivar as adesões”, conta o coordenador do Bolsa Família no Piauí, Roberto Oliveira. No estado, a meta para 2012 é expandir a oferta do turno integral para mais 135 escolas, por meio do PME. “A jornada integral exige adequação na estrutura física, nas atividades e no corpo de professores. Saber que terão mais recursos vai estimular os gestores escolares a investir nisso”, justifica.

Também será dos coordenadores estaduais do Bolsa Família a tarefa de articular com as equipes da assistência social como estimular que as famílias inscritas no programa de transferência de renda matriculem seus filhos nas escolas que ofereçam a jornada integral. Para Roberto Oliveira, essa etapa do trabalho reunirá dois pilares fundamentais do Plano Brasil Sem Miséria: a busca ativa e a melhoria do acesso a serviços públicos de qualidade. “Sabemos que o resultado será positivo, porque o salto de qualidade da educação nas escolas de turno integral é visível”.

Roberto conta que o município piauiense de Cocal dos Alves, que tem apenas 5,5 mil habitantes, se destaca no país pelo sucesso de seus alunos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Em 2010, os estudantes de duas escolas da cidade conquistaram 12 medalhas – quatro de ouro, três de prata e cinco de bronze, mais 12 menções honrosas, e superaram 11 estados brasileiros na Obmep. Ambas as escolas apresentaram em junho suas experiências ao ministro da Educação, Fernando Haddad, e pretendem aderir ao PME em 2012.

Convencimento – A coordenadora estadual do Bolsa Família em Alagoas, Maria José Cardoso, entretanto, não acredita que seja tão fácil convencer as famílias a manter suas crianças na escola em dois turnos todos os dias. “Esse será outro desafio que enfrentaremos. Ainda há muitas famílias que vêem a educação integral como um sacrifício para a criança e não entendem a importância da proposta. Por isso, será imprescindível que as escolas ofereçam atividades diferenciadas no contraturno, que sejam um atrativo aos estudantes”.

Atualmente, o Programa Mais Educação está presente em 15 mil escolas, número que deverá dobrar se as metas da parceria entre MEC e MDS forem cumpridas. A iniciativa retira as crianças das ruas, do trabalho infantil e reforça a aprendizagem nas áreas mais pobres, que apresentam indicadores educacionais defasados.

Valéria Feitoza
Ascom/MDS
(61) 3433 1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

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